O todo é sempre maior do que a soma das partes, este é o pensamento sistêmico que, empregando como referência bibliográfica Fritjof Capra e Allan Kardec, tecemos alguns comentários sobre a evolução e o espiritismo.

Até o século XIX o pensamento vigente era: todas as criaturas foram criadas por Deus, e através da reprodução perpetuariam suas espécies na Terra. As formas biológicas foram fixadas de uma vez para sempre, sendo imutáveis.

Lamarck foi o pioneiro em teorizar que as espécies não são fixas, elas mudam com o tempo e dependem do meio ambiente.

Alcione Moreno
Autor: Alcione Moreno
Médica GO - Terapeuta Sexual, Secretária do CPDoc.

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“Por que são mais numerosas, na sociedade, as classes sofredoras do que as felizes?

– Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre” (O Livro dos Espíritos, q. 931).

Uma rápida pesquisa sobre a biografia das maiores celebridades da história, de qualquer área: ciência, arte, esporte, religião, política, ou outra, revelará que o(a) investigado(a) não pode ser considerado unanimidade, não estava “acima do bem e do mal”, tinha, ou tem, seus defeitos, e não raro apresentava, ou apresenta, alguma característica um tanto estranha aos padrões usuais.

Jacira Jacinto da Silva
Autor: Jacira Jacinto da Silva
Juíza de direito em Bragança Paulista, espírita de nascimento, membro do CPDoc e Presidenta da CEPAmigos.

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A percepção do significado do conhecimento está na razão direta da maturidade do espírito. Daí porque o sentimento de justiça, o bem e o belo colocarem desafios permanentes ao ser humano do nosso tempo.

A maturidade é considerada o momento supremo em que o ser reúne todas as condições físicas e psíquicas para encarar a vida de um ponto de vista livre e objetivo. Talvez, Herculano Pires tenha dado a dica sobre esse estado de espírito quando faz a crítica da imaturidade: diz, mais ou menos assim: vivemos que nem galinhas, preocupados com as migalhas. Ou seja, o ser comum se incomoda com tudo e com nada, tornando-se um policial das miudezas, uma sentinela de ratos, um paparazzo de cenas grotescas ou um reprodutor incansável dos minutos de fama. Assim, tem muito poucas chances de perceber a essência da vida, que desfila como sombra nas paredes descoloridas do não significado.

Serão as migalhas de Herculano o sinal da imaturidade doutrinária?

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Este artigo será reproduzido aqui em duas partes, pela extensão que demanda.

Em tempos de polêmicas políticas e sociais, tanto na esfera nacional quanto internacional, vale a pena pensarmos sobre o papel dos espíritas laicos e da CEPA (Associação Espírita Internacional) em relação a estes temas. Trata-se de uma reflexão de grande importância no que diz respeito as diretrizes fundamentais do movimento espírita laico e livre pensador, que precisa delinear, com precisão de princípios, o que poderíamos chamar de um pensamento social espírita, com vistas a compreensão e enfrentamento dos temas sociais e políticos do mundo contemporâneo.

Entendemos que o intelectual espírita deve ter uma abrangência global em seu olhar para a realidade. Deve ser alguém capaz de pensar desde as questões metafísicas até as estruturas sociais. O intelectual espírita deve refletir sobre o homem e o mundo. Portanto, devemos ser capazes de abrigar no âmbito da CEPA e da CEPABrasil (Associação Brasileira dos delegados e amigos da CEPA) espíritas que pensem e falem sobre todos os temas da filosofia espírita desde as questões do indivíduo até as questões da sociedade.

Ricardo Moraes Nunes
Autor: Ricardo Moraes Nunes
Oficial de Justiça, participante do C.E. Maria Amélia no Guarujá, membro do CPDoc, secretário adjunto da CEPAmigos.

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O que a ciência pode dizer sobre a crença na sobrevivência da personalidade após a morte? As evidências disponíveis negam ou confirmam essa crença, ou não levam a nada? Além da crença na sobrevivência on na extinção da personalidade com a morte corpórea, as evidências podem também dar subsídios a tomadas de posição racionais‘? Podem dizer algo sobre as expectativas da razão quanto aos perenes temas metafísicos do sentido da vida e da justiça? Essas questões de fundo não aparecem explicitamente, mas orientam transversalmente as discussões apresentadas no livro Science of Life After Death, em linha de lançamento para Julho deste ano pela editora Springer (MOREIRA-ALMEIDA, COSTA & COELHO, 2022).

O livro foi escrito por dois psiquiatras, Alexander Moreira-Almeida e Marianna Costa de Abreu Costa, que trataram da parte propriamente evidencial da tese, e por mim, que tratei das partes histórica e filosófica. Traba- lhamos em conjunto e revisamos mutuamente os textos uns dos outros, ao ponto de tornar a autoria de alguns capítulos difícil de definir para nós mesmos. Trata-se, portanto, de uma obra que expressa legitimamente o pensamento dos tres autores. Tematicamente, destacam-se três tipos de evidência (mediunidade, memórias de vidas passadas e experiûncias de quase morte) e um tipo de crítica ăs evidências (negacionismo). A tese central do livro é a de que esses quatro fatores estão em relação dialótica e dinămica, sendo impossível dissociar as evidências disponíveis da contraevidência ou “proibição a priori” de toda e qualquer evidência em geral. Isso porque o grau de plausibilidade dos três grandes grupos de evidências disponíveis, de acordo com nossa análise, não pode ser racionalmente justificado como baixo. Tampouco há tratados e estudos que mostrem ou argumentem suficienteniente contra as evidências. Contudo, os três grupos de evidência são culturalmente tidos como pouco plausíveis, ou mesmo peremptoriamente assumidos como implausíveis apesar de. qualquer evidência disponlvel.

Como expus pormenorizadamente no texto Três conceitos da experiência: o crílico-transcedental, analítico-pragmático, e o espírita(COELHO, 2022), a natureza intersubjetiva da sociologia do conhecimento vem descobrindo o que a filosofia geral estabelecera com grande segurança> desde G. W. F. Hegel,a saber, que a natureza do conhecimonto não permite o purismo almejado pelos positivistas e outros tipos de realistas dogmáticos,sendo fortemente dependente do valores, concepções e visõesde mundo só compreensíveis intersubjetivamente. Com basen essa constatação filosófica, meus colegas reuniram casos exemplares de cada um dos tres grandes tipos de evidência em favor da sobrevivência da personalidade humana, constatando não apenas que há evidëncias fortemente sugestivas de um fenômeno não explicável sem a hipótese da sobrevivência do espírito como também que o conjunto das evidências as torna ainda mais persuasi- vas do que os casos particulares. Em outras palavras, o fato de termos evidência forte para visões e comunicações com pessoas já falecidas,somado às evidências muito fortes de consciência em estados de coma e parada cardíaca nas experiências de quase morte, somado ao fato do que certas memórias de vidas passada tambem oferecem forte evidencia do que a mesma personalidade habita diferentes corpos. compõem um quadro de evidências onde as explicações contrárias à ideia de sobrevivência da personalidade se tornam muito menos plausíveis. Enquanto a hipótese da sobrevivëncia explica os diversos tipos de evidência, as hipóteses contrárias—fundamentalmente motivadas pela visão de mundo materialista — têm de aventar explicações para não apenas uma, mas várias formas distintas de evidência. Esta última empreitada, contudo, não tem sido bem-sucedida, e as explicações de tipo materialista que pretendem invalidar as evidências disponíveis são, muitas vezes, gritantemente negacionistas, dogmáticas e reducionistas.

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O CPDOC Iniciou suas atividades em 1988, fruto do sonho de jovens espíritas interessados na inserção da crítica coletiva como prática estimuladora ao aperfeiçoamento dos trabalhos.

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